quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Mesa de Abertura

A mesa de abertura do congresso será moderada pela professora Dra. Neide Maia González da Universidade de São Paulo e terá como objetivo promover a reflexão e discussão a respeito do Spanglish e Portunhol, duas variedades que são um exemplo de línguas mistas nos dias de hoje como resultado do contato linguístico do espanhol com o português na região norte do Uruguai e com o inglês nos Estados Unidos. O tema é extremamente relevante para os professores de língua espanhola num momento em que o plurilinguismo é valorizado, que o respeito à diversidade é objeto de defesa, que o ensino-aprendizagem das línguas regionais é incentivado para a construção de um verdadeiro bilinguismo, a reflexão sobre a existência destas variedades que compõem o universo linguístico, ainda que línguas híbridas e minoritárias, se torna fundamental. O primeiro convidado é o Dr. Ilan Stavans, professor de Cultura Latino-Americana no Amherst College, Estados Unidos. O professor tem uma vasta produção traduzida a diversas línguas, entre as quais destacamos a obra Spanglish: The Making of a New American Language (2004), na qual realiza uma análise histórica e cataloga palavras do spanglish. Na mesma obra o autor o inclui a tradução do primeiro capítulo do Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, ao spanglish, gesto que gerou uma polêmica no mundo hispânico. O nosso segundo convidado é o poeta Fabián Severo, professor de literatura hispânica no Ensino Médio e coordenador de Oficinas de Escritura, na cidade de Montevidéu no Uruguai. O poeta foi convidado para falar do seu livro Noite nu Norte – Poemas em portuñol (2010), obra escrita em portunhol (português uruguaio) na qual intenta escrever seus poemas em sua língua materna, uma variedade híbrida que se fala, desde o século XVII, quando o espanhol entra em contato com o português gaúcho falado na região do Rio Grande do Sul. A obra é extremamente importante para a região e para o mundo, pois poucos foram os escritores que se atreveram a escrever nesta língua considerada uma variedade ágrafa do português. Nesse sentido, com a sua obra, Severo, ao dar vasão a sua poesia da a conhecer a existência de uma variedade estigmatizada e considerada para muitos uma língua “rompidioma”. Para mediar a discussão convidamos à Profa. Dra. Neide Maia González, professora aposentada da Universidade de São Paulo de Língua Espanhola, uma das mais importantes pesquisadoras na área de Língua Espanhola em nosso país. A professora tem uma extensa pesquisa em estudos comparados entre a língua espanhola e o português brasileiro. Além disso, destacamos que a professora González foi coautora das Orientações Curriculares para o Ensino Médio (Linguagens, Códigos e suas Tecnologias: Conhecimentos de Espanhol, MEC-SEB, 2006), representante da área de línguas estrangeiras na Comissão Técnica do PNLD 2011 - Ensino Fundamental e avaliadora do PNLEM 2012.

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