A mesa de abertura do congresso será moderada pela professora Dra. Neide
 Maia González da Universidade de São Paulo e terá como objetivo 
promover a reflexão e discussão a respeito do Spanglish e Portunhol, 
duas variedades que são um exemplo de línguas mistas nos dias de hoje 
como resultado do contato linguístico do espanhol com o português na 
região norte do Uruguai e com o inglês nos Estados Unidos. O tema é 
extremamente relevante para os professores de língua espanhola num momento
 em que o plurilinguismo é valorizado, que o respeito à diversidade é 
objeto de defesa, que o ensino-aprendizagem das línguas regionais é 
incentivado para a construção de um verdadeiro bilinguismo, a reflexão 
sobre a existência destas variedades que compõem o universo linguístico,
 ainda que línguas híbridas e minoritárias, se torna fundamental. O 
primeiro convidado é o Dr. Ilan Stavans, professor de Cultura 
Latino-Americana no Amherst College, Estados Unidos. O professor tem uma
 vasta produção traduzida a diversas línguas, entre as quais destacamos a
 obra Spanglish: The Making of a New American Language (2004), na qual 
realiza uma análise histórica e cataloga palavras do spanglish. Na mesma
 obra o autor o inclui a tradução do primeiro capítulo do Dom Quixote, 
de Miguel de Cervantes, ao spanglish, gesto que gerou uma polêmica no 
mundo hispânico. O nosso segundo convidado é o poeta Fabián Severo, 
professor de literatura hispânica no Ensino Médio e coordenador de 
Oficinas de Escritura, na cidade de Montevidéu no Uruguai. O poeta foi 
convidado para falar do seu livro Noite nu Norte – Poemas em portuñol 
(2010), obra escrita em portunhol (português uruguaio) na qual intenta 
escrever seus poemas em sua língua materna, uma variedade híbrida que se
 fala, desde o século XVII, quando o espanhol entra em contato com o 
português gaúcho falado na região do Rio Grande do Sul. A obra é 
extremamente importante para a região e para o mundo, pois poucos foram 
os escritores que se atreveram a escrever nesta língua considerada uma 
variedade ágrafa do português. Nesse sentido, com a sua obra, Severo, ao
 dar vasão a sua poesia da a conhecer a existência de uma variedade 
estigmatizada e considerada para muitos uma língua “rompidioma”. Para 
mediar a discussão convidamos à Profa. Dra. Neide Maia González, 
professora aposentada da Universidade de São Paulo de Língua Espanhola, 
uma das mais importantes pesquisadoras na área de Língua Espanhola em 
nosso país. A professora tem uma extensa pesquisa em estudos comparados 
entre a língua espanhola e o português brasileiro. Além disso, 
destacamos que a professora González foi coautora das Orientações 
Curriculares para o Ensino Médio (Linguagens, Códigos e suas 
Tecnologias: Conhecimentos de Espanhol, MEC-SEB, 2006), representante da
 área de línguas estrangeiras na Comissão Técnica do PNLD 2011 - Ensino 
Fundamental e avaliadora do PNLEM 2012.
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